sábado, 18 de abril de 2009


Por instantes, imagino como seria maravilhoso arrancar do corpo lenços vermelhos, azuis, brancos, verdes. Encher a noite com fogos de artifício. Erguer o rosto para o céu e deixar que pelos meus lábios saísse o arco-íris. Um arco-íris que cobrisse a terra de um estremo a outro. E os aplausos dos homens de cabelos brancos, das meigas criancinhas.
Murilo Rubião

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Éternel.

red5- Crônica reflexiva ou narrativa sobre mitos que não sejam mais validos na sociedade.

Inocência

O ano era 1955. Uma criança entra no ônibus, não estava mal vestida, trajava roupas simples e um pouco surradas, mas ainda assim não estava mal vestida.
Logo em seguida entra seu pai, um homem alto e bem afeiçoado. O motorista aponta-lhes lugares marcados logo que entram. Eram negros.
A criança estava alegre, corria de um lado para o outro, e insistia em querer sentar na área que era demarcada para brancos. Seu pai tentava conte-lo, mas seus esforços eram em vão.
O motorista só observava pelo espelho retrovisor, e quando o menino finalmente sentou em um dos bancos, ele freou o ônibus tão bruscamente que a criança caiu no chão. Desesperado o pai foi acudi-la, logo o motorista levantou-se e começou a gritar com os dois, a chingar e por fim os fez sair do transporte.
Já na calçada muito confuso com o que tinha acontecido o menininho perguntou ao pai: - Papai, porque ele fez isso conosco?
O pai respondeu: - Ah meu filho! Estes homens estão andando de mãos dadas com o preconceito, e ele os tem embaçado cadavez mais a visão.
Surpreso, o garoto disse: - Mas pai, se esse tal preconceito tem tirado-lhes a visão, porque continuam andando com ele?
O pai disse com a maior calma: - Com a visão debilitada, eles não conseguem ver o que fazem meu filho...
O garoto ainda sem entender bem o que o pai tentava lhe explicar, disse com uma inocência que é privilégio das crianças: - Então, quando eu for grande e ganhar muito dinheiro, vou comprar óculos para todas as pessoas que andarem com esse tal preconceito, assim elas verão melhor com quem estão andando!

NA: Em teoria, não era para o preconceito existir mais, porém algumas pessoas já estão cegas.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

orvalho

Fez-se sol na minha manhã de sereno. As gotas do orvalho caiam suavemente, parecia que descreviam o que estava sentindo. Queria o tudo ou nada, sentir a brisa tocar meu rosto de leve, tocar o céu e escorregar de volta para a terra, beijar o mar e me afogar nos meus pensamentos. Cair, machucar, consertar, levantar, abrir os braços e agradecer. Acontece tão rapido que a gota já caiu no chão. Faz seu caminho sem se perguntar pra onde vai, é levada ao sopro incessável e inabalável. Pensei no mundo todo, pelo menos no meu. Só pensei, não busquei entender, pois é infinitamente grande o tamanho de uma mente.Já é fim de tarde, e não sei o que fazer, o que dizer. Sinto que tudo vai ficar bem.