segunda-feira, 8 de março de 2010

Feliz- idade

Para um bebê, recém-nascido talvez, não haja maior felicidade do que estar ao seio de sua mãe, alimentando- se na sua fonte da vida, recebendo o que ela pode-lhe dar de melhor para o seu fisiológico.
Para uma criança de três anos, não há felicidade maior do que estar entre seus semelhantes na ponta de um escorregador ou no topo de um banco de areia. Haverá felicidade maior para alguém aos nove anos, descobrir um universo totalmente novo a partir das palavras, e ler tudo o que lhe é possível?
A primeira bicicleta, a primeira boneca, o primeiro boné, o primeiro batom... O primeiro beijo. A primeira grande paixão, devastadora de pensamentos e destruidora de estomagos.
Ter o prazer de viver histórias, contadas pouco a pouco, de dia em dia, de semana em semana. Sair da casa dos pais é um motivo de grande alegria aos vinte, conversas intermináveis nos bares ruins e autênticos, não tendo horário para voltar pra casa e vendo a lua se movimentar no céu a noite toda.
Os trinta, quarenta, cinquenta, sessenta passando e se dissertando, talvez até com alguém para compartilhar a convivência.
Aos setenta, ter a alegria de compartilhar vivências, mostrar aos netos tatuagens quase verdes, vencidas pelo tempo, a calmosidade do dia mudando de cor, o orgulho dos branquinhos, agora já tomando conta da cabeça.
As rugas podem ser tomadas como a experienca; os ossos fracos, por elas vividas; a mente esquecida, é apenas auto-seletiva agora, ajudando assim a esquecer os namorados ruins do passado; O nariz agora maior, serve para sentir melhor o cheiro do bolo que a vizinha está preparando.
As histórias são vistas por olhos diferentes, e quem os vê os fazem ser ser assim. Mas a intensidade das palavras de quem conta faz cada fato se tornar único e desnorteante. Cada conto traz uma carga imensa de vida; E não sendo descartado como só mais um, multiplicado por todos os outros contos de uma vida inteira, pode ser denominado de felicidade.
"Dentro dum poá, em dúvida, quanto tempo mais de morte me aguarda? Acordei e estava quente, o sangue cortava as veias correndo rápido. BUM. Dor no peito, na cabeça, na alma. Os médicos não explicam, e dizem que foi por pouco. Acho que acabei de ter um ataque da alma. Despragmático: desprovido de pragas almáticas .
Doces pequenos perigosas sensações. Depois disso, só não me deixe desnotíciada."

ue amsem