domingo, 13 de dezembro de 2009

"Um dia, poeta virgem defini que, a separação do céu e da terra era a linha escura que se formava entre eles na escuridão.
O céu totalmente vazio a olho nú.
Não sabia ainda de nada, e ia sem muito mais informação.
A cor púrpura, chamava atenção. Entre o céu e a terra a havia visto muitas vezes.
O vazio do corpo me foi sussurrado nessa mesma cor.

" - Morte vem sem medo, seu manto cinza me cobre de poeira assim que deito no chão. Morro um pouco mais a cada segundo de vida. Vem, senta para um chá. Talvez te ofereça para levar consigo alguns biscoitos."

Entre o céu e a terra ( e a linha escura ) estou eu. Andarilho das sombras, espécie oculta de sangue veloz. Quem sabe um dia trombe contigo, caro leitor, na esquina, na padaria, ou até mesmo no chuveiro. Quem sabe te encontre e te sussurre ao pé do ouvido na cor escarlate ou bordô. E talvez se me ofereceres um café, vou embora com a cor púrpura na ponta da língua."

Giuliana Bellevue

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